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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2012 deverá ser melhor para Empresas Produtoras de Alimentos

Sentindo forte pressão de custos, em virtude dos preços maiores dos grãos e do boi no mercado doméstico, as produtoras de alimentos tiveram um 2011 desafiador. Os analistas da Fator Corretora, Renato Prado e Ronaldo Kasinsky apontam que os resultados dos nove primeiros meses do ano mostraram que as empresas sofreram com a depreciação do dólar, tendo dificuldade no repasse de preço ao consumidor e queda na margem bruta. Mesmo com tudo isso, eles enxergam um cenário mais promissor em 2012.

Na mesma linha, os analistas do HSBC, Pedro Herrera, Diego Maia e Ravi Jain, acreditam que alguns desafios apresentados por companhias alimentícias irão abrandar no ano que vem. "Embora possamos ver uma queda na demanda dos países desenvolvidos devido aos efeitos preocupantes da crise financeira, esperamos que as economias dos mercados emergentes proporcionem grandes oportunidades de crescimento para as empresas", dizem os especialistas.

A equipe de análise da Bradesco Corretora também vê a aquecida demanda de economias emergentes como principal tema estrutural de longo prazo para o setor. "Esperamos que o consumo de proteína no mercado brasileiro continue em alta, por conta das expectativas de crescimento econômico, o que também se aplica para outros emergentes", destacam os profissionais, em relatório.

Preço das matérias-primas

A potencial menor volatilidade dos grãos daqui pra frente também pode contribuir para as margens dos frigoríficos, de acordo com a equipe do Bradesco. De qualquer forma, os analistas avaliam que, "quanto maior a participação de produtos processados e de marcas no mix de produtos das empresas de alimentos, mais o negócio está protegido da volatilidade das commodities e maior será a rentabilidade".
Sobre o gado, o analista do Citigroup, Carlos Albano, espera que os preços permaneçam nos níveis de R$ 100/Kg. Para o especialista, o valor do boi deve ser beneficiado pelas melhores condições do pasto (mais pastagem resulta em mais oferta de gado) e pelo aumento gradual do confinamento.

Fusões e aquisições

Albano acredita que o setor deve passar por mudanças significativas no que diz respeito às fusões e aquisições, especialmente os produtores de carne. Ele lembra que até o ano passado, JBS e Marfrig foram muito ativas em fusões e aquisições, mas mudaram o discurso citando que estariam mais focadas em conquistar eficiência por meio de suas operações atuais. Desta forma, o analista não espera um forte movimento de fusões e aquisições para os frigoríficos em 2012, o que pode não acontecer pelo histórico de desempenho das companhias.
 Por outro lado, a Brasil Foods, que estava fora no mercado de fusões e aquisições à espera do aval para a união entre Sadia e Perdigão, mudou de estratégia e deixou claro que está de olho em ativos ao redor do mundo em busca de se tornar um player global. De fato, desde a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em julho de 2011, a empresa já anunciou três aquisições, sendo duas fora do Brasil. Por isso, Albano espera que a empresa seja muito ativa no mercado de fusões e aquisições ao longo dos próximos trimestres, talvez anos.

Fonte: Infomoney

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