Na mesma linha, os analistas do HSBC, Pedro Herrera, Diego
Maia e Ravi Jain, acreditam que alguns desafios apresentados por companhias
alimentícias irão abrandar no ano que vem. "Embora possamos ver uma queda
na demanda dos países desenvolvidos devido aos efeitos preocupantes da crise
financeira, esperamos que as economias dos mercados emergentes proporcionem
grandes oportunidades de crescimento para as empresas", dizem os
especialistas.
A equipe de análise da Bradesco Corretora também vê a
aquecida demanda de economias emergentes como principal tema estrutural de
longo prazo para o setor. "Esperamos que o consumo de proteína no mercado
brasileiro continue em alta, por conta das expectativas de crescimento econômico,
o que também se aplica para outros emergentes", destacam os profissionais,
em relatório.
Preço das matérias-primas
A potencial menor volatilidade dos grãos daqui pra frente
também pode contribuir para as margens dos frigoríficos, de acordo com a equipe
do Bradesco. De qualquer forma, os analistas avaliam que, "quanto maior a
participação de produtos processados e de marcas no mix de produtos das
empresas de alimentos, mais o negócio está protegido da volatilidade das
commodities e maior será a rentabilidade".
Sobre o gado, o analista do Citigroup, Carlos Albano, espera
que os preços permaneçam nos níveis de R$ 100/Kg. Para o especialista, o valor
do boi deve ser beneficiado pelas melhores condições do pasto (mais pastagem
resulta em mais oferta de gado) e pelo aumento gradual do confinamento.
Fusões e aquisições
Albano acredita que o setor deve passar por mudanças significativas no que diz
respeito às fusões e aquisições, especialmente os produtores de carne. Ele lembra
que até o ano passado, JBS e Marfrig foram muito ativas em fusões e aquisições,
mas mudaram o discurso citando que estariam mais focadas em conquistar
eficiência por meio de suas operações atuais. Desta forma, o analista não
espera um forte movimento de fusões e aquisições para os frigoríficos em 2012,
o que pode não acontecer pelo histórico de desempenho das companhias.
Por outro lado, a Brasil Foods, que estava fora no mercado
de fusões e aquisições à espera do aval para a união entre Sadia e Perdigão,
mudou de estratégia e deixou claro que está de olho em ativos ao redor do mundo
em busca de se tornar um player global. De fato, desde a aprovação do Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em julho de 2011, a empresa já
anunciou três aquisições, sendo duas fora do Brasil. Por isso, Albano espera
que a empresa seja muito ativa no mercado de fusões e aquisições ao longo dos
próximos trimestres, talvez anos.
Fonte: Infomoney
Nenhum comentário:
Postar um comentário